Avançar para o conteúdo principal

CDD acusa o BM de ma gestão dos fundos da Covid-19

 O Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD), uma organização não governamental (ONG), acusa o Banco de Moçambique (BM) de estar a gerir de forma discricionária e pouco transparente os 310 milhões de dólares que o país recebeu do FMI no contexto da Covid 19.

 

Segundo esta organização não governamental, o BM não tem reportado nos diferentes relatórios do Ministério da Economia e Finanças (MEF) sobre a utilização dos fundos em causa.

“O BM assumiu propriedade sobre os fundos e eximiu-se da responsabilidade de prestação de contas, não emitindo nenhum comunicado acusando a recepção dos recursos nem os planos ou actualizações sobre a sua utilização na mitigação dos impactos da pandemia da Covid-19”, lê-se num documento produzido pela ONG.

A ONG lembra que na sequência da eclosão da pandemia da Covid-19 e o registo dos primeiros casos em Moçambique em meados de Março de 2020, o Governo elaborou um plano avaliado em 700 milhões de dólares para mitigar os potenciais impactos directos e indirectos da pandemia e aqueles decorrentes das medidas restritivas adoptadas para a sua contenção.

Entretanto, “existem fundos que o país recebeu do Fundo Monetário Internacional (FMI) sob a forma de 217.8 milhões de Direitos Especiais de Saque (DSE)2 – equivalentes a 310 milhões de dólares, cuja gestão não é reportada nos diferentes relatórios do MEF porque o valor vem sendo administrado de forma discricionária e pouco transparente pelo Banco de Moçambique”, acusa a ONG.

Segundo a ONG, o valor terá entrado no país em Agosto do ano passado (2021), no âmbito da quarta alocação geral de Direitos Especiais de Saque (DES) do FMI.

No total, o FMI fez uma alocação histórica no valor de 650 mil milhões de dólares para todos os membros do FMI que fazem parte do Departamento de Direitos Especiais de Saque (actualmente todos os 190 membros), na proporção de suas quotas existentes no Fundo, sendo que Moçambique recebeu o equivalente a 310 milhões de dólares.

Volvidos quase um ano e meio o CDD diz que pouco de sabe sobre o paradeiro deste dinheiro. Aliás, “devido ao ′secretismo′ que prevalece em relação ao uso dos Direitos Especiais de Saque, a maioria dos moçambicanos nem sequer sabe que estes recursos foram alocados ao país”, refere a ONG.

A organização diz ainda que além da informação trimestral sobre as Estatísticas Externas que apenas mostra movimentos na conta de Direitos Especiais de Saque, pouca informação é divulgada sobre o assunto.

 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

CISM destaca a importância da parceria com o CISA

O Director Geral do CISM, Francisco Saúte, visitou recentemente o Centro de Investigação em Saúde de Angola (CISA) , localizado em Caixito, na província de Bengo, na região centro-norte do país. O director do CISM, foi recebido pela directora do CISA, Jocelyne Vasconcelos que conduziu a visita às instalações e ao Centro Materno Infantil das Mabubas, onde decorreram algumas actividades de assistência clínica e de vigilância de morbidade, implementadas pelo Centro.   Na ocasião, Vasconcelos explicou que o CISA que é actualmente gerido pelo Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS) de Angola, foi criado em 2007 pelo Governo de Angola junto com a Cooperação Portuguesa e a Fundação Calouste Gulbenkian . “Desde então o CISA, tem contribuido através de evidências científicas para a tomada de decisão em saúde em Angola, tendo como principais pilares a recolha de dados, a investigação e a formação”, comentou a directora do CISA. De acordo com a directora do CISA, o projecto ...

Moçambique deve embarcar na transformação digital -Tuaha Mote, PCA do INCM

  O Presidente do Conselho de Administração da  Autoridade Reguladora das Comunicações – INCM , Tuaha Mote, falando no XL Conselho Coordenador do Ministério dos Transportes e Comunicações, havida recentemente em Maputo, vincou  que o paí necessita de embarcar na transformação digital por forma a melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos, no contexto da globalização e de uma economia digital.  Para a digitalização do país, o INCM propõe a constituição de uma equipa multissectorial da transformação digital, para se dedicar à elaboração da estratégia, até Dezembro 2023 e reforçar as medidas de segurança cibernética por via da reformulação da estratégia para uma abordagem multissectorial, implantação de infra-estrutura digital (expansão da internet de banda larga em 90% de cobertura até 2025), digitalização dos serviços públicos e Interoperabilidade dos serviços digitalizados. Decisões sobre a digitalização Dentre as demais decisões deliberadas no XL Conselho ...

Digitalização do país é um processo irreversível -diz Mateus Magala, o Ministro dos Transportes e Comunicações

  A digitalização dos serviços é um processo irreversível no país e constitui um dos cinco pilares definidos pelo Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, no âmbito da sua governação. O sector das comunicações é o impulsionador deste processo, garantindo a funcionalidade de outros sectores, e reduz a burocracia na provisão e procedimentos para se aceder aos serviços públicos. Por isso, urge a necessidade de expandir e melhorar cada vez mais estes serviços e os sectores de telecomunicações e postais, para garantir a conectividade das pessoas. Este posicionamento foi defendido pelo Ministro do Transportes e Comunicação, Mateus Magala à margem da realização do XL Conselho Coordenador do Ministério dos Transportes e Comunicações, que decorreu hí dias, na cidade de Maputo, sob o lema “Transportes, Comunicações e Meteorologia, promovendo a economia Digital e Mobilidade sustentável. O Ministro explicou que o seu pelouro definiu cinco pilares, nomeadamente  transpor...